UM PERSONAGEM MÍTICO NO TEATRO CONTEMPORÂNEO: FEDRA

Resumo

No teatro contemporâneo é possível aferir uma reorganização, um revolver dos avessos dos signos e estruturas teatrais, a expressão através de uma desarticulação manifesta, uma desativação dos fios que constituíam relações diretas e explícitas com a tradição, configurando relações outras, indiretas, implícitas, obliquas. Coloca-se, então, como pauta as releituras do referencial mitológico, o qual sempre teve uma presença significativa ao longo da história da dramaturgia ocidental.  Essa perspectiva pode ser exemplificada quando um mito é retomado, como ocorre com a peça Phaedra’s Love (1996), da inglesa Sarah Kane e Fedra y otras griegas (1998), da dramaturga mexicana Ximena Escalante. Assim, o objetivo é apresentar a proposição das autoras e a forma de diálogo que estabelecem com a tradição, a qual pode ser revertida, traída, mas ainda ecoa na composição estética pós-moderna.