LITERATURA, CINEMA E PIERRE MENARD: UMA PROVOCAÇÃO À IMPOSSIBILIDADE

João Pereira Loureiro Junior

Resumo


O presente artigo pretende discutir os processos de adaptação entre cinema e literatura a partir de uma leitura em torno do emblemático texto Pierre Menard, autor de Quixote de Jorge Luis Borges, no qual o autor argentino configura a reescrita do texto a partir da relação de fidelidade entre o original e a cópia, num jogo metalinguístico e satirizante que ecoa as primícias do ato de adaptar um texto a outro, como componentes de uma dinâmica textual que sugere uma relação imanente entre o texto adaptado e o material original. Neste sentido, a adaptação entre texto literário e cinematográfico ganha, a partir de reflexões em torno do texto de Borges, uma releitura no âmbito das teorias da adaptação, e nos imerge num campo onde a experiência desse processo se desprende de um conceito que nasce fadado a ruir: o Infilmável, que, aqui, se converte em uma impossibilidade imposta ao texto adaptado, como uma verdade absoluta que cai por terra, ao perceber-se passível de adaptabilidade. Neste sentido, a proposta nesta investigação é considerar os mecanismos de tradução entre cinema e literatura a partir de uma perspectiva em que se possa pensar o lugar da impossibilidade como passível de uma leitura crítica quanto às formas de cerceamento da potência estética no âmbito da criação enquanto processo adaptativo. Para discutir o tema, consideramos autores como Arrojo (1993) Hutcheon (2013), Borges (2007), Benjamin (2008), Monteiro (2016), Santos Filho (2016).


Palavras-chave


Cinema. Literatura. Infilmável. Adaptação.

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REVISTA ELETRÔNICA FALAS BREVES. BREVES - PA, ISSN 23581069