REPRESENTAÇÕES DO FEMININO EM MARAJÓ, DE DALCÍDIO JURANDIR: MITO, PATRIARCADO E RESISTÊNCIA
Resumo
O presente artigo faz uma análise das representações do feminino no segundo romance do Ciclo do Extremo Norte de Dalcídio Jurandir. Marajó foi publicado em 1947 e, embora faça parte de um contexto literário próximo ao Modernismo de 1930 no Brasil, o romance apresenta um nível de experimentação estética que não se concentra inteiramente nas propostas de uma obra de cunho regionalista. O escritor redimensiona o imaginário amazônico ao criar confluências intertextuais entre o imaginário amazônico e escrituras de matrizes diversas oriundas de fontes literárias de outras culturas. Nesse contexto, a presença do feminino aparece de forma ambivalente: num certo contexto as personagens femininas são vítimas da estrutura patriarcal da família dos Coutinhos; por outro lado, mesmo em face do patriarcado, elas se tornam grandes ameaças ao domínio masculino na região. Além disso, o feminino em Marajó se transfigura a partir de certos arquétipos mitológicos, o que será analisado com base na Semiótica da cultura postulada por Lotman (1979), Mielietinski (1987), Machado (2003) e Ferreira (1995).
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REVISTA ELETRÔNICA FALAS BREVES. BREVES - PA, ISSN 23581069