A EPOPEIA DO VAQUEIRO MARAJOARA NO ROMANCE MARAJÓ, DE DALCÍDIO JURANDIR
Resumo
Analisamos no artigo a representação do vaqueiro marajoara no romance Marajó (1947). A abordagem está centrada, sobretudo na figura de Ramiro, uma personagem que não se caracteriza a partir de estereótipos de heroísmo positivo, mas representante de uma classe social expropriada pelo sistema de produção que escraviza e explora os trabalhadores das fazendas. Ao dar significado ao vaqueiro marajoara, o romance não pretende caracterizá-lo ou submetê-lo a questões de raça. Pretendemos demonstrar que, se há uma nítida hierarquia que estabelece um desnível social nas relações de classe presentes em Marajó, não é por conta de uma suposta “inferioridade” étnica dos vaqueiros, justificada pelo discurso excludente da “linhagem”, mas sim, pelo domínio histórico e secular do coronelismo que se mantém na região.
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REVISTA ELETRÔNICA FALAS BREVES. BREVES - PA, ISSN 23581069