ESTRANGEIRIDADE NA POESIA DE AGE DE CARVALHO

Mayara Ribeiro Guimarães

Resumo


O presente trabalho se dispôs a estudar como a noção de estrangeiridade se faz central na poesia de Age de Carvalho. Assim, faz-se necessário investigar a condição de estrangeiro, diretamente ligada à experiência de autoexílio vivenciada por Age, expressa no seu fazer poético por meio do sentimento de não pertencimento e deslocamento no contato com a língua e a cultura alemã; avaliando desta forma, em que medida o lugar do estrangeiro e a experiência de deslocamento, seja geográfico, linguístico ou literário, põe em cena a condição do ser desenraizado, em trânsito, e fora de lugar, como condição primeira para o trabalho do escritor. Mas também verificar como essa condição se vincula à experiência de estranhamento da linguagem na escrita poética, uma vez que a própria condição do poeta implica levar a experiência com a língua ao lugar de estranhamento, fazendo com que o poeta precise desabitar a própria língua para poder estranhá-la, retirando a palavra do seu bem-estar; processo que lhe permite testar todas as possibilidades dentro do poema, ampliando também o cenário dentro da linguagem, provocando assim, a interrupção de processos interpretativos automáticos e abrindo espaço para a diferença. E uma das maneiras de se alcançar isso é justamente reencenando a condição de estrangeiridade do sujeito.

Palavras-chave: Estrangeiridade. Linguagem. Poesia. Age de Carvalho.


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REVISTA ELETRÔNICA FALAS BREVES. BREVES - PA, ISSN 23581069